Vol. 1 No. 20250801-804 (2025)

Impacto das conexões externas

Pedro Brandt Zanqueta | pedro@cylo.com.br | 01/08/2025

Durante um estudo para um projeto interno, onde criamos ambientes propositalmente vulneráveis, obtivemos resultados interessantes ao analisar fatores relacionados a conexões externas.

Por mais de um mês, mantivemos a porta de RDP (3389) aberta exclusivamente para conexões originadas do Brasil. Mesmo com essa restrição geográfica, registramos diversas tentativas de exploração, força bruta de senhas e uso de ferramentas de escaneamento. No entanto, nenhum sistema foi comprometido.

Decidimos então testar o extremo: liberamos o acesso RDP 3389 para o mundo inteiro. O resultado? Em menos de 24 horas, tivemos um sistema comprometido.

Isso levanta uma questão: o Brasil sofre menos ataques? A resposta é não. Segundo o relatório da IBM, as empresas brasileiras estão entre as cinco mais atacadas do mundo.

O que temos observado é que muitas empresas mantêm sistemas expostos à internet sem as devidas proteções. Sites como o Shodan.io realizam varreduras globais em busca de serviços abertos, revelando a fragilidade de muitas infraestruturas.

Times de infraestrutura e segurança precisam implementar camadas de proteção: firewalls, IPS, regras de controle e restrições geográficas são medidas que podem salvar empresas em risco.

Por fim, deixo uma reflexão: você, que atua em infraestrutura, segurança ou áreas correlatas, já validou se suas aplicações expostas externamente possuem restrições de origem bem definidas? Se não, qual é a desculpa?